domingo, 8 de maio de 2011

Hora de dizer: Basta!


>Mergulhados num cenário de crise profunda, com um Governo que varia o seu discurso várias vezes no decorrer da mesma semana, conforme entende que trará mais vantagens na manutenção da sua imagem, crédulo na sua fabulosa máquina de propaganda mas sem qualquer tipo de conteúdo, credibilidade ou mesmo vergonha pelos péssimos resultados que a sua governação originou, vamos a Eleições Legislativas.

E ir a eleições não é mais do que permitir que os Portugueses expressem de forma livre a sua vontade, no que diz respeito ao rumo, políticas e liderança que desejam para o seu país. E esta é com toda a certeza uma época em que redireccionar o País é absolutamente necessário, a situação é de emergência nacional e por isso todos nós, cada português, está convocado para se informar, reflectir, fazer uma escolha, e votar!

É por isso com estranheza (ou nem por isso) que ouço um discurso começar a ser propagado, de forma nem sempre leal ou intelectualmente honesta, que me incomoda muito por ser falso e enganador. Trata-se do discurso daqueles que querem que a realidade não mude, para que fiquemos na mesma…o discurso absolutamente demagógico e irresponsável de quem não quer prestar contas, nem apurar responsabilidades, para ficar menos mal na fotografia que vai ficar para a História…o discurso que tenta passar a imagem de que a culpa é de todos, que o estado a que o nosso estado chegou é uma fatalidade, o discurso da união e do ‘sentido de estado’ imediatos. Atribuir a culpa a todos, é a melhor maneira de não apurar responsabilidades, de deixar a culpa ‘morrer solteira’ e de apenas lamentar em vez de corrigir, agir e falar verdade!

A culpa pode ser partilhada mas não em medida igual. Nunca sequer em medida semelhante! Desde 1995, com a entrada do Eng.º Guterres para o Governo, até aos nossos dias, o deficit português aumentou em mais de 100 pontos percentuais! São 16 Anos de Governos e politicas socialistas, apenas interrompidos por 2 anos e meio de Governo de Coligação PSD-CDS/PP.

José Sócrates apresentou na semana passada ao País um programa eleitoral que não trouxe nenhuma novidade, que mostrou um Primeiro-Ministro esgotado, e que tal como os outros programas apresentados por este indivíduo não é para levar a sério, pois está comprovada a existência de uma incompatibilidade directa entre Sócrates e o cumprimento ou realização do que o mesmo Sócrates diz ou promete. Um programa eleitoral apresentado ‘em cima do joelho’, sem prestação de contas ao país, sem apresentação da situação real do país aos portugueses e sem conhecer o acordo que vai advir da intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal (o que nesta altura, por si só, condiciona qualquer programa eleitoral que se queira efectivamente cumprir, facto que justifica a não apresentação imediata do programa do PSD, que será apresentado dentro de dias e após ser conhecido o dito acordo).

Ao fim de seis anos, José Sócrates tem para apresentar o triste recorde de 619 Mil desempregados e uma taxa de desemprego absolutamente esmagadora. No último ano 75 Mil portugueses perderam o emprego, e nos últimos 6 anos mais de 211 Mil postos de trabalho foram destruídos. No que diz respeito a apoios sociais, 601 Mil abonos de família foram cortados no último ano, fruto das restrições financeiras causadas pela gestão danosa que o Governo faz das finanças públicas. Recessão económica em vez de crescimento, graves dificuldades orçamentais em vez de rigor nas contas públicas, e em apenas seis anos a duplicação da dívida pública - é isto que José Socrates criou! É com isto que se apresenta a eleições! É por isto tudo que é responsável dado ser Primeiro-Ministro de um Governo a quem foram dadas todas as condições pelo Povo Português e pelo maior partido da oposição para que pudesse corrigir o rumo que levou nos primeiros 4 anos, dos 6 que agora leva à frente dos destinos do país!

Um governo que mente descaradamente, que falseia resultados e simula correcções, e que só se dá por mentiroso quando apanhado em flagrante! Os 6,8% de deficit apresentados pelo governo passaram poucas semanas a 8,6%, indo agora já nos 9,1%, facto indiscutível e completamente independente do chumbo ou não do PEC.

E a verdade é que o PEC4 chumbou porque não servia para resolver os problemas reais do país, garantindo apenas a entrada numa espiral contínua de sacrifícios com outros PEC’s que se lhe seguiam, àqueles que por serem desfavorecidos ou pela conjuntura económica actual já não podem mais despender do que não têm para alimentar a máquina sôfrega, gigante, distante das pessoas, cheia de vícios e inoperante em que se tornou o nosso estado.

Não consigo admitir, que indo o país a eleições, se tente convencer as pessoas que afinal não precisam escolher, pois todas as soluções são igualmente más e culpadas, e que a única solução passa por uma estratégia de união e acordo à partida. Não consigo admitir isso, pois apesar de ter apenas 30 anos e ter herdado da geração que me antecedeu este país penhorado e de mão estendida, herdei também dessa mesma geração, um país livre, um país onde ‘o povo é quem mais ordena’!

Os próximos 4 anos, e as opções políticas que neles se tomarem, dirão com certeza muito acerca dos 10 anos que se seguirão, e dos outros 10 a seguir a esses. Por isso será certamente fundamental que haja responsabilidade e compromisso entre forças políticas. Mas esses compromissos, essa união e essa partilha de responsabilidades, não se sobrepõe nem se antecipa à vontade do Povo Português! Antes pelo contrário, é constituída pela leitura directa e atribuição de mandatos que decorre do acto Eleitoral de 5 Junho próximo!

Por isso é hora de escolher! Portugal não é de facto isto, nem tem de ser isto! Podemos dar força e legitimidade a um projecto alternativo e verdadeiramente defensor dos interesses da nação e não de apenas alguns dentro da nação. Aquilo que verdadeiramente está em jogo é a necessidade de mudar a liderança do País. Nenhum objectivo será atingido se não for mudada a liderança política. E mudar a liderança do País significa, em boa verdade, devolver aos portugueses, às instâncias europeias, aos nossos parceiros e à nossa economia a confiança tão necessária para sairmos deste ‘buraco’ desenvolvendo o País e colocando em ordem as nossas contas, para que não continuemos a passar sacrifícios em vão. Algo que o Partido Socialista de Sócrates já provou não conseguir nem querer fazer!

Chegou a oportunidade, chegou a hora de mudar!

Bruno Coimbra
Candidato a Deputado pelo Círculo de Aveiro pelas listas do PPD/PSD

Artigo publicado no Jornal da Mealhada

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