domingo, 28 de abril de 2013

Discurso da Vereadora Marilisa Duarte na 39.ª Sessão Solene do 25 de Abril

Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhor Presidente da Câmara,
Colegas Vereadores,
Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia,
Senhores Membros da Assembleia Municipal,
Caríssimos concidadãos,

Há dois anos atrás, nesta mesma sala, na minha intervenção política do 37° aniversário do 25 de Abril, tive a oportunidade de transmitir aos presentes, que na qualidade de políticos e autarcas, tínhamos uma missão cívica de restituição ao povo português da estabilidade política económica e social.

Passados dois anos, muita coisa mudou e a missão continua… Temos consciência da crise pelo qual o país atravessa e das inúmeras consequências da mesma. Desde logo o aumento de desemprego que tanto tem assustado as famílias, cortes nas pensões, decréscimo da economia, agravamento dos impostos, enfim, um sem número de inquietações que assombram a vida dos portugueses.

Mas ter consciência deste actual estado das coisas, reconhecer que houve erros do passado que jamais deverão ser repetidos, e criar uma maior mentalidade de responsabilização de quem ainda não os reconheceu, é certamente parte do caminho de mudança. O País mudou! Chega de nos cingirmos aos porquês da crise, as pessoas têm de mudar e desde que devidamente motivadas, é possível mudar comportamentos, e até reabilitar esperanças…

Ter consciência ainda que, nesta caminhada, já muito se alcançou. Que houve de facto uma clarificação do que existia e não sabíamos. Que se ganhou coragem de se retirar o lixo que estava debaixo do tapete, por lá escondido.

Internacionalmente Portugal está mais estável, pois a perspectiva de fora, sobre o país como pagador de dívida a longo prazo, melhorou. Os sacrifícios têm sido reconhecidos, gerando assim optimismo. Os ratings do país estão numa perspectiva de melhorar, o que leva a perspectivas de melhoras para os bancos, empresas e podendo neste sentido, haver crédito para a economia.

Porque haverá o Estado de comprar no estrangeiro, se temos nós a solução? Há soluções que temos de interiorizar, buscá-las internamente e impô-las aos governantes quando estes não se lembrarem delas.

A responsabilidade também deve ser de quem é governado!

É por isso que a participação cívica na política deve ganhar peso, e os partidos políticos aceitarem o desafio de uma renovação que envolva a Sociedade Civil; dando espaço na Política aos melhores quadros, por exemplo do concelho, deixando aquela de ser um espaço apenas para os melhores quadros político-partidários.

Basta, desta forma, de aparelhismo partidário, de quotas para facções; basta assim de jogos de lugares, de favores e de oportunismo político que tanto tem contribuído para descredibilizar uma classe que é essencial a qualquer democracia saudável.

O cartão de militante não deve ser motivo de vergonha, deve aliás ser motivo de orgulho, mas também não pode ser critério de escolha, nem motivo de facilidade na ascensão social.

O espírito do sentido de servir é a missão que deve estar subjacente à intervenção política, que se tem perdido e deverá ser recuperado. O nosso partido é em primeiro lugar o país e os portugueses.

Está na altura de os partidos políticos deixarem de ser associações políticas fechadas, para se tornarem em plataformas abertas de intervenção cívica e política. Dar espaço à diferença dentro da unidade é um grande desafio para as autárquicas.

E nada melhor que as Comemorações do 39° aniversário do 25 de Abril para apelar a uma reflexão sobre esta necessidade, a de romper com o status quo e com as tradicionais formas de fazer política.

Marilisa Duarte
Vereadora pelo PSD
Mealhada, 25 de Abril de 2013