quinta-feira, 7 de abril de 2011

Que futuro teremos?


Esta é a pergunta feita actualmente, por milhares de jovens licenciados que acabaram as suas licenciaturas, bem como todos aqueles que para lá caminham. Numa altura em que Portugal atravessa o pior momento desde que vive em democracia; numa altura em que a jovem (e não só) sociedade portuguesa se revolta contra as injustiças sociais; contra a falta de emprego para os mais jovens e desfavorecidos; contra os papões que arrasaram com os futuros brilhantes e risonhos da geração mais qualificada de sempre, eis que os jovens resolveram e bem dar uma espécie de grito do Ipiranga, e criar uma verdadeira manifestação de indignidade, como não se via desde o 25 de Abril de 1974.

Protestaram para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuassem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável. Somos a geração dos 500€, dos recibos verdes, dos escravos ou até mesmo do call-center. Os jovens, que até agora compactuaram com esta situação, não suportam mais este sofrimento. Presentemente, estão sem rumo, num país sem eira nem beira. A nível nacional, vêem uma nação na ruína, onde não terão na próxima década perspectivas de arranjar trabalho nas suas áreas de formação académica, quanto mais de comprar carro, casa ou até mesmo de constituir família. Estão sem rumo! Numa sociedade, onde cada vez mais o índice de competitividade vai aumentar, só aqueles mais bem qualificados, só aqueles com maior vontade de crer, só aqueles com maior determinação conseguirão obter algo de melhor no meio deste apocalipse jovem. Os jovens, não só a nível nacional, mas também a nível internacional, terão de encarar as suas vidas de um modo global, isto é, terão de encarar cada vez mais a possibilidade de ter da abandonar a sua amada pátria, para poder enfim ter o seu ganha-pão. Nos dias que correm, os “poemas sonhadores” dos empregos para a vida, acabaram. Os jovens têm de encarar a realidade de frente. Tem de continuar a lutar. Os jovens não podem perguntar o que Portugal pode fazer por eles, mas sim, o que eles podem fazer por Portugal.

Com um futuro hipotecado, onde se vislumbra uma educação sem qualidade para todos, as reformas justas não irão existir, onde a competitividade será cada vez maior, estamos na eminência ou já desperdiçamos mesmo os recursos, competências, qualidades e oportunidades que tivemos em mão, para levar o país ao sucesso económico não só cá, como além fronteiras. Por tudo isto e muito mais, os jovens perguntam: Que futuro teremos?

António Pinho
Secretário-geral da CPC da JSD Mealhada

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